7 de jan. de 2009

Lobisomem


Existem algumas criaturas que fazem parte do imaginário mundial, seja por sua incidência nas mais diversas culturas, cada qual com seu folclore, seja pelo alcance da cultura hollywoodiana que exporta mitos, crenças, costumes e modas. Junto com o vampiro e o monstro Frankestein, o mais famoso do mundo é o lobisomem. O cinema se encarregou de deposita em nossas mentes os elementos básicos que circudam essa criatura: a transformação na lua cheia, a ferocidade incontrolável, a morte pela bala de prata. Mas essa figura do homem lobo aparece em diversas culturas bem remotas, possuindo vários elementos que diferem os lobisomens com quais nos acostumamos.

Um dos primeiros registros da criatura semelhante remota à mitologia grega, onde Licaão foi trasformado em lobo por Zeus como punição por ter comido carne humana. Na mitologia nórdica, temos a figura dos ulfhednar, que eram guerreiros ferozes, como um berzerker. Eles se vestiam de pele de lobo e evocavam o espírito dos animais, acreditando incorporar sua agilidade e ferrocidade durante a batalha, tornando - se imunes á dor e matando sem piedade.
No folcolre armênio, temos a variação da figura feminina dessa criatura . Uma mulher que tenha cometido pecados mortais seria condenado a passar sete anos sob a forma deum lobo. Um espírito apareceria para condena-la, obrigando-a a vestir uma pele de lobo, que imediatamente a transformaria no animal. A mulher atacaria seus próprios filhos, devorando-os, passando em seguida aos filhos dos parentes mais próximos, até que nenhum deles tenha restado, atacando entõ crianças desconhecidas. Ela atacaria apenas pro uma noite, e as portas e trancas abrirse-iam por sua mera aproximação. Ao fim da noite, ela voltaria a se tornar humana e retiraria a pele de lobo.


O comportamento padrão do lobisomem em diversas culturas européias é a tranformação na lua cheia. Sob a forma de um lobo, geralmente maior e mais assustador que um lobo comum, ou sob a forma humanóide, mas coberto de pelos, com garras e presas, o lobisomem sai a noite á procura de vítimas, que mata e devora sem piedade. Ao voltar a ser homem, ele geralmenteñ se lembra de nada. Para reconhecer um lobisomem é preciso prestar atenção em seus ábitos. Eles são geralmente reclusos, melancólicos e pouco simpáticos.

Em diversas culturas e lendas, temos várias formasde transformar uma pessoa em lobisomem. Uma delas é a maldição. Um mago traído ou derrotado poderia amaldiçoar o oponente, condenando-o a se transformar em lobo, ou num híbrido de homem-lobo. Ñ apenas magos, mas tambám santos cristãos teriam o poder de transformar um adversário em lobo. São Tomás de Aquino já disse: "Todos os anjos, bons ou malígnos, têm o poder de transmutar nossos corpos". São Patrício transformou o rei de Gales Vereticus em um lobo e São Natalício amaldiçoou uma família irlandesa importante, de forma que cada membro estaria condenado a se transformar em lobopor sete anos.

Beber a água que se acumula da pegada de um lobo também tem efeito transformador. Outras formas voluntárias de transformação, que lembra as histórias de guerreiros nórdicos, são de usar um cinto feito de pele de lobo ou vestir-se de uma pele inteira. Também é possível transformar-se usando um óleo mágico no corpo. Pactos com o diabo também poderiam acontecer com pessoas ávidas por carne humana. Quem sobreviver a um ataque de lobisomem, fatalmente se transformar em, lobisomem ñ escapará da maldição. Outro condenado para diversos povos europeus é o sétimo filho de um sétimo sétimo filho, como descrito na famosa música do Iron Maider (The Seventh Son of a Seventh Son).

Em Portugual, existe uma ligeira variação desta crença, que diz que a sétima filha de tornará bruxa e o sétimo filho um lobisomem (independente do pai também ser um sétimo). Aos sétimos filhos, durante muito tempo, costumou-se da o nome de Bento, acreditandoser uma forma de quebrar a maldição e proteger a pessoa.

No Brasil, temos uma forte crença nos lobisomens em religiões do interior de todo o país. Aquí, o sétimo filho também seria condenado ou então o primeiro homem depois de seis filhas mulheres. Um sétimo filho, numa variação da crença, estaria apenas se deitassem e adormecesse num local em que um lobisomem tivesse dormido. Outros condenados são os filhos de relações incestuosas, filhos de comadre ou de padrinho com afilhada. Filhos de padres também são amaldiçoados.
A crença da maldição que recai sobreo sétimo filho se extendeu pela América Latina, chegando a proporções absurdas na Argnetina. Nas regiões do norte, sétimos filhos abandonados no nascimento ou mortos. Para tentar conter essa prática, foi decretada uma lei em 1920 que declarava que o presidente da Argentin era padrinho de todos os sétimos filhos. Estes ganhariam uma medalha de ouro no batismo e bolsa de estudos até que completasse 21 anos. Isso conteve drasticamente os costumes, tornando a lei um grande susseso. Até hoje, os sétimos filhos são apadrinhados pelo estado.


Em quase todo o Brasil, o comportamento do lobisomem é semelhante: em toda sexta-feira que seja de lua cheia, ele vai a uma encruzilhada, despede-se e rola no chão até virar um lobisomem. De meia noite até às duas da manhã, ele visita sete cemitérios,ou incruzilhadas. Devora pequenos animais, como leitões ou cachorros e, se conseguir, uma criança de colo, pois o sangue lhe agrada.
Para acabar com um lobisomem temos diversas técnicas. No caso dos que usam pele de lobo, ou um cinto, basta retira-lo. Cumprimentar com um sinal da cruz, ou chamar o amaldiçoado pelo nome de batismo três vezes seguidas também dá resultado. Formas mais violentas incluem golpear a criatura na cabeça com força, para que ele perca menos uma gota de sangue, quebrando a maldição. Numa variação, basta derramar nomínimo três gotas do sangue,por quaisquer método. No Brasil, golpeá-lo e derramar sangue é uma forma eficaz, ou acerta-lo com uma bala untada na cera de uma vela acessa durante três missas de domingo ou durrante uma Missa do Galo.

Na França, em fins do do século XVI, temos uma história envolvendo os loup garous, como eram chamados os lobisomens. Centenas de processos judiciais foram movidos contra indivíduos os quais acreditava-se serem lobisomens. Em alguns deles, houve evidências de assacinato, mutilação e canibalismo, como os casos famosos do alfaiate de Chalons e da família Gandillon, ambos em 1598, mas nada concreto em relação a lobisomens. Já em outros, como o de Giles Garnier, em 1573, havia privas claras quanto à ação de um lobo,mas nada contra o acusado.Foi o ápice ñ só da histeria francesa anti lobisomens, mas da crença de que os acusados eram hereges condenados por seua atos diabólicos. Mas em 1603, durante mais um dos julgamento, no caso, de Jean Grenier, o tribunal estipulou que a licantropia (como já vinha sendo conhecida) ñ tinha nada de sobrenatural, sendo, na verdade, um delírio insano. Isso ñ diminuiu a crença do povo na criatura, mas ajudou a trazer de voltao conceito pré-cristão das antigas lendas sobre lobisomens, abolindo a idéia das criaturas como hereges condenados.

Mais recentimente, temos os conceitos mais difundidos pela literatura e pelo cinema, e algunsñ correspondem às lendas. A prata como sendo letal aos lobisomens ñ faz parte de nenhuma lenda antiga e tem algumas teorias sobre a sua origem. Uma delas dá de conta de uma das caças feita à Besta de Gevaudan no século XVIII, quando um caçador teria ferido gravemente o enorme animal com uma bala de prata abençoada. A prata tem a tradição de ser o único metal que compartilha suas propriedades mágicas com "todo", ou seja, ao abençoar uma, abençoa-se todas. A partir desse fato, a bala de prata teria passado a ser o único meio de matar um lobisomem. Outra teoria seria uma informação truncada: a prática seria usar "metal pratiado" o que, na verdade, consistia em uma injeção de mercúrio na criatura o que seria letal (como seria para qualquer ser vivo).

Recentimente, à imagem do lobisomem vem sendo modificada. Por ser uma criatura das matas, florestas e bosques, tem corrido uma maior associação desta criatura com a natureza. O RPG vem criando nos mais jovens a idéia de um ser menos destrutivo e maléfico e mais preocupado com a preservação da natureza e no combate do ser humano. Nestes tempos em que a Terra, mais do que nunca, precisa de defensores, as novas gerações se deparam com o mais improvável de todos...

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1 Comentários:

BoyOfTheHell(Uchiha Sasuke) disse...

é até que ficou legal!

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